O amor é complicado e improvável!

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O amor chega de quem menos parecia ter a ver connosco e acerta-se com os mais complicados, os que ainda precisam de muitos amores até reconhecerem o verdadeiro, porque ele existe, para cada um de nós. O amor é complicado e improvável porque é a única coisa que não controlamos. Não podemos apenas escolher amar ou deixar de o fazer amanhã. O amor complica-se porque quer sempre tudo, de nós e do que conseguimos aprender. O amor é improvável porque só assim se poderá transformar em amor, questionando todas as aparente convicções e mostrando-nos, para além de qualquer dúvida, que amar é um estado, não importa a altura, o olhar, a cor da pele e muito menos se os dentes são tortos. O amor vem de dentro e é para lá que teremos que voltar quando o quisermos entender.

Se gastarmos demasiado tempo a racionalizá-lo, vamos perder momentos e deixar de ver o que apenas ele mostra. Se quisermos saber onde colocar cada ponto e vírgula, vamos perder o discurso mais importante, porque o amor fala como mais nenhuma língua consegue.

Amar-te é isto, um vaivém de sensações, um zangar-me porque não estás e um querer-te demasiado quando estás e pareces pertencer-me, apenas a mim. Amar-te tem-me ensinado mais sobre mim, do que estas décadas de uma vida que não desperdicei, mas durante a qual poderia ter amado, ainda mais. Amar-te certifica-me de que estou viva e é vivendo que poderei ver tantos outros amores, até os que não conseguiram sobreviver. Amar-te é tão simples quanto respiro, mas tanto complicado quanto os pensamentos que te envolvem.

Estou sempre a ver amores para além do meu e de cada vez que os sinto, próximos, empenhados e determinados, apetece-me confidenciar-lhes que terão que se preparar, muito melhor, para os golpes, porque alguns serão mesmo fatais. E porque estou sempre a ver mais amores, que resistem para além do meu, vou tentando aceitar que certamente ainda preciso de mais uns quantos para o entender. E porque o amor é complicado e improvável, provavelmente, ainda não encontrei o meu...

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