Faz sentido ceder?

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Quanto é que estamos dispostos a ceder até que acabemos, inevitavelmente, por cedermos a nós mesmos, desistindo? O que conseguimos "engolir" do outro, quando nada parece remotamente parecido com o que queremos e conhecemos? Quem é que faz, por nós, tudo o que nem sempre sabemos fazer por nós mesmos?

Cedências. Todos ouvimos falar nelas, e em como devemos ser civilizados, o bastante, para permitirmos que os outros entrem e nos abalroem a vontade, as manias, os vícios e sei eu lá mais o quê. Ceder quando nos apetece desatar a gritar e a correr rua fora. Ceder quando o sexo é para lá de mau e ainda assim sorrir. Ceder para que ninguém saia magoado, ninguém excepto nós mesmos. Ceder quando já sabemos, por experiência pessoal, que ceder é igual a comer o que iremos vomitar logo de seguida.

Resumindo. Nada de cedências. Nada de fingir que iremos conseguir aceitar viver no campo se temos a cidade em cada osso do nosso corpo. Nada de cedências, a não ser que não nos deixe sabores amargos. Nada de cedências que nos levarão à insanidade temporária, porque cada um tem uma visão muito própria da vida, e ou a nossa é igual, ou nunca seremos remotamente capazes de ceder nem que seja a cadeira. 

Não me apetece ceder. Não agora, e que venham de lá todas as filosofias e psicologias baratas, sobretudo de quem nunca acerta em nada. I don´t give a shit! Quero apenas que me entendam, desistam de analisar e nunca tentem que coma mais do que meia-dose, eu sei a minha medida, sei tudo sobre mim, fiz o trabalho de casa a tempo e com tempo. Mas há uma coisa na qual cedo, tudo e já, cedo todo o amor que tenho a quem lhe faça realmente falta.

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